Responsive-IMG

 

RIO 2016

A emoção por trás das lentes

por Douglas Magno


No dia 5 de agosto de 2016, por volta das 23h45m, quando a pira olímpica foi acessa pelo maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, no Maracanã, iniciavam oficialmente os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Durante os 17 dias de competições, o Rio de Janeiro foi a capital mundial do esporte. Os olhos do planeta estavam voltados para o Brasil. Não importava o dia, a hora ou o local, um batalhão de profissionais da imprensa trabalhavam incansavelmente para levar, em tempo real, todas as notícias do maior evento do mundo para os quatro cantos da terra.

 

 

O tour da tocha olímpica e a preparação da equipe britânica em Minas Gerais, serviram como um aperitivo do que vinha pela frente. O frio na barriga aumentava e o sonho de cobrir uma olimpíada começava a ser realizado ao lado dos jornalistas e amigos, Daniel Ottoni, Josias Pereira e Thiago Nogueira, que me acompanharam nessa cobertura, e toda equipe do Jornal O Tempo, que nos deram o suporte necessário para a realização desse trabalho.

Não tinha moleza, enquanto os primeiros raios do sol iluminavam o Cristo Redentor, meu equipamento e eu já estávamos prontos para mais um dia de trabalho. Com as pautas definidas na noite anterior, era acordar e pegar o ônibus para o local das provas. No caminho ainda dava tempo de ler um pouco, saber mais sobre os atletas, os esportes e conferir as redes sociais.

 

 

Dentro do "busão" também era lugar para fazer novas amizades, encontrar amigos e conhecer de perto alguns ídolos da fotografia e do esporte, como o fotógrafo americano Joe McNally e o tenista Gustavo Kuerten.

O Parque Olímpico da Barra era o coração dos Jogos Rio 2016. Com nove instalações, foi palco das disputas de 16 modalidades, além de abrigar o IBC (International Broadcasting Center) e o MPC (Main Press Centre). Uma verdadeira cidade, que respirava esporte.

O Complexo Esportivo de Deodoro contava com 5 instalações, uma delas, o Estádio de Canoagem Slalom, me impressionou pela sua complexidade. Eram 25 milhões de litros de água distribuídos em dois canais em forma de corredeira: um para as provas, de 250m, e outro para treinos, de 200m.

No Estádio Olímpico (Engenhão), o templo do atletismo, muitos exemplos de superação e determinação marcaram as provas, como o da corredora Etíope, Etenesh Diro, que completou a prova dos 3.000m com obstáculos sem uma de suas sapatilhas. Após perder o calçado durante a prova, Diro não desistiu, e terminou a corrida sob aplausos da torcida.

Já a atleta Doaa Elghobashy, que com sua parceira Nada Meawad formaram a primeira dupla do Egito a disputar uma Olimpíada no Vôlei de Praia, chamou a atenção ao jogar usando um hijab (uma espécie de véu). Nem mesmo o sol escaldante em Copacabana tirou a vontade das egípcias, que conquistaram os torcedores e foram aplaudidas de pé na Arena do Vôlei de Praia.

Cada instalação tinha suas peculiaridades e suas belezas, e cada esporte uma forma específica de fotografar. Para aproveitar ao máximo todas essas características, era preciso estar bem posicionado. E como saber o melhor ponto para fotografar? A composição ideal, o melhor ângulo?

Para isso, um brasileiro foi o responsável por mapear as melhores posições de fotos (Photos Positions) em cada local de prova. Ivo Gonzalez, diretor de fotografia do Comitê Rio 2016, fotografou as últimas cinco olimpíadas e sabe como ninguém as necessidades dos fotógrafos durante os jogos. Aproximadamente 150 pontos foram escolhidos e mapeados, facilitando o trabalho dos milhares de fotógrafos do Brasil e do mundo.

No Estádio Olímpico, por exemplo, existiam vários pontos destinados aos fotógrafos. Mesmo com tantos lugares, em provas mais tradicionais, era preciso chegar cedo para garantir um local privilegiado.

 

 

Quem esteve comigo o tempo todo, durante os jogos, foi a Nikon. Além de equipamentos de ponta e qualidade indiscutível, o suporte oferecido aos fotógrafos no Parque Olímpico fez toda a diferença.

Durante os jogos, usei duas D4s e um set de lentes formado por: 10,5mm 2.8, 14/24mm 2.8, 20mm 1.8, 24/70mm 2.8, 50mm 1.4, 70/200mm 2.8, 300mm 2.8 e 400mm 2.8.

 

 

Assim foi essa aventura chamada Rio 2016. Valeu toda gota de suor, toda noite em claro, todo esforço em busca da melhor imagem e de uma boa história.